Uma subsidiária do Carrefour e mais cinco redes de supermercados europeus, afirmaram que não irão mais vender parte ou mesmo todos os derivados de carne bovina originária do Brasil devido a ligações com o desmatamento da floresta amazônica.
A rede de supermercados Lidl Netherlands se comprometeu a parar de vender toda a carne bovina que saia da América do Sul a partir do próximo ano, e outras redes tomaram ainda diversas decisões direcionadas a suspender a venda de alguns produtos de carne.
A Albert Heijn, subsidiária da Ahold Delhaize, que é a maior rede de supermercados da Holanda, suspenderá totalmente a compra de carne bovina do Brasil.
A JBS, a maior processadora de carne do mundo, foi a mais afetada. Os boicotes são uma reação a uma investigação da entidade Repórter Brasil, que alegou que a JBS utilizou carne de vacas de pastos em áreas desmatadas ilegalmente, em um esquema conhecido como “lavagem de gado”. Nesse esquema, o gado é criado em lotes de terra desmatada ilegalmente e, para ocultar sua origem ilegal, é vendido a uma fazenda legítima antes da venda para um abatedouro.
Apesar da investigação acusar a lavagem de gado, a JBS disse à Reuters que tem tolerância zero com o desmatamento ilegal e que descartou mais de 14 mil fornecedores por não se adequarem às suas políticas.
A empresa disse também que instituirá um sistema capaz de monitorar fornecedores indiretos, mas que é um desafio em que trabalharão para vencer até 2025. A JBS enfatizou ainda que a reportagem mencionou somente cinco dos seus 77 mil fornecedores diretos e que estes fornecedores se adequavam às suas políticas na ocasião da compra.
O desmatamento da Amazônia brasileira, a maior floresta tropical do mundo, tem disparado desde que o presidente Jair Bolsonaro tomou posse em 2019 e revogou medidas de proteção ambientais.
Em 2021, o desmatamento atingiu a maior alta em 15 anos. A maior parte das terras devastadas é usada para a criação de gado.
Outras redes que também cancelaram carne de origem brasileira são a francesa Auchan, os supermercados Carrefour e Delhaize da Bélgica e a britânica Sainsbury’s.
Fonte: uol