O pantanal arde em chamas. Desde que os focos de incêndio começaram, no início de janeiro, intensificados nos meses de julho e agosto, até agora, o fogo já consumiu 7% do Pantanal, o equivalente a 8 cidades de São Paulo ou 1 milhão de hectares de vegetação, atingindo em cheio um dos biomas mais importantes do mundo, o Cerrado.
A destruição é muito maior em Mato Grosso do Sul, onde a maior concentração de focos de incêndio começou, mas já atingiu o estado de Mato Grosso também.
Em 21 de julho, já contávamos aqui que a região pantaneira, no Mato Grosso do Sul, registrava a maior quantidade de focos de queimadas desde 1998, atingindo cerca de 7 mil hectares consumidos pelo fogo, segundo dados do INPE.
Passados quase 30 dias, autoridades e voluntários não conseguiram apagar o fogo que queima tudo o que encontra, inclusive animais. O clima quente e seco contribui para a propagação do fogo e dificulta sua contenção, já o surgimento de novos focos a cada dia, também é um fator determinante que atrapalha o combate às queimadas.
Nesse momento, conforme alerta o capitão Alexandre José Gomes Dória,
“O que está dificultando esse combate é a estiagem que está tendo. Nós estamos mais ou menos há três meses sem chuva. Essa falta de chuva prejudica muito”.
Segundo explicou o médico veterinário do Instituto Homem Pantaneiro Diego Viana, em reportagem do programa Fantástico:
“O impacto tão grande como esse acaba que interfere em todo esse ciclo reprodutivo e vai demorar anos para gente conseguir obter uma população crescente, com o equilíbrio que sempre teve”.
Em uma publicação do Twitter, é possível ver fotografias de Lalo Almeida, mostrando a vegetação absolutamente queimada e os animais incinerados, cenas tristes e horripilantes.
Eu tentei escrever uma legenda por quase 30 minutos, mas não consegui fazer muito além de chorar. Que tristeza! Que aperto no coração. As imagens são do fotógrafo Lalo de Almeida na reserva particular Sesc Pantanal. pic.twitter.com/ELFmlme3ul
— A vida no Cerrado (@avidanocerrado) August 17, 2020
A situação é tão preocupante que o próprio Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, publicou em seu twitter, na segunda-feira, 17, um vídeo mostrando um grande incêndio na região de Serra Negra, no rio Paraguai e, manifestou apoio aos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, anunciando que iria visitar a região para acompanhar de perto “as ações das brigadas, aviões e helicópteros do IBAMA E ICMBIO.
Segue nossa atenção e apoio total ao Pantanal, no MT e MS que estão sofrendo com as fortes queimadas. Amanha cedo me desloco para acompanhar pessoalmente as ações das brigadas, aviões e helicópteros do IBAMA e ICMBIO. pic.twitter.com/2A8yIbQ40w
— Ricardo Salles MMA (@rsallesmma) August 17, 2020
Ontem, 18, o ministro sobrevoou o Pantanal mato-grossense, e o governador Mauro Mendes, em coletiva à imprensa, reiterou a disposição de fechar o cerco contra as queimadas, dizendo que irá penalizar os responsáveis pelos incêndios.
“Nós não iremos penalizar indevidamente ninguém, mas responsabilizaremos aqueles que por má-fé ou conscientemente causaram esses incêndios. Esse cidadão que fez isso em algum ponto de Mato Grosso será, de acordo com a lei, penalizado”.
Quer ajudar?
Conheça as instituições que trabalham para manter a vida deste bioma da região pantaneira.
COMITIVA ESPERANÇA
A Comitiva Esperança leva alimentos, produtos de higiene e informação às comunidades carentes do Pantanal e do Cerrado de Mato Grosso do Sul. Ajude clicando AQUI.
INSTITUTO ACAIA
O Acaia Pantanal está presente no dia a dia da população ribeirinha, atuando junto às famílias e atores locais, conjugando educação e proteção social como meios de assegurar o desenvolvimento socioambiental da região. Veja como ajudar clicando AQUI.
INSTITUTO ARARA AZUL
A campanha “Adote um Ninho” visa apoiar as ações do Projeto Arara Azul no Pantanal, através das pesquisas e do monitoramento de ninhos naturais e artificiais. Clique AQUI para ir para o site.
INSTITUTO ONÇAFARI
O Onçafari Forests tem como meta preservar áreas de interesse ecológico, garantindo abrigo e passagem para a fauna silvestre. Saiba mais clicando AQUI.
WWF
O WWF trabalha para proteger espécies ameaçadas de extinção, conservar grandes áreas ambientais, impactar positivamente a vida das pessoas que vivem nelas. O Pantanal está entre as regiões de atuação da organização. Veja como fazer a sua parte clicando AQUI.
SOS PANTANAL
O Instituto SOS Pantanal depende de parcerias e doações para manter sua estrutura e conduzir suas atividades. Aqueles que contribuem, apoiam ações que visam a sustentabilidade social, ambiental e econômica da Bacia do Alto Paraguai, que abriga o Pantanal. Para doar, acesse ESTE LINK.
INSTITUTO HOMEM PANTANEIRO
Você ou sua organização podem ser parceiros do IHP na missão de “preservar e conservar o Pantanal e sua história pelo fomento à geração de conhecimento para o desenvolvimento e a replicação de tecnologias ambientais inovadoras e exemplares”. Clique AQUI e veja como.
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