Desaparecida Irma Galindo Barrios, a corajosa defensora indígena das florestas mexicanas de Oaxaca

Esse mesmo dia também foi o último em que se conectou às redes sociais, denunciando o conflito que vive seu povo Ñuu Savi e destacando que o governo do estado de Oaxaca está “aplicando estratégias há mais de dois anos para tornar ainda mais vulneráveis os habitantes de Mier, Terán e Ndoyonuyuji ​​”, inclusive por meio de deslocamento forçado.

Irma Galindo vinha sendo ameaçada de morte há mais de três anos por sua luta para salvar as florestas de San Esteban Atatlahuca, em Oaxaca. De fato, em 2018 a ativista indígena passou a denunciar destemidamente aqueles que estavam destruindo as florestas com a autorização das autoridades federais e a aceitação das autoridades locais e comunitárias.

Devido à defesa das florestas, Irma enfrentou intimidações, assédio, perseguição, campanhas de difamação e ameaças de morte. Apesar de tudo e sem proteção do Estado, ela nunca parou e continuou lutando pelo meio ambiente e pelos direitos dos indígenas, denunciando a extração ilegal de madeira de Oaxaca.

Os ativistas enfrentam múltiplas situações de risco devido a interesses políticos e econômicos. Já faz 20 dias que nada se sabe sobre Irma e a cada minuto que passa a espera fica cada vez mais insuportável. “A floresta não está à venda, é amada e defendida. Hasta la victoria siempre ”  escreveu em seu último post.

Fonte: IM-Defensoras