Por que não devemos comer salmão?

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Assado ou grelhado, cru ou ao molho de maracujá, o salmão é uma popular iguaria marinha. Nas últimas décadas, o peixe que era privilégio dos mais abastados passou a ser acessível a muitas pessoas, festejado que é também por seus benefícios à saúde: contém ácidos graxos como o ômega 3, que possui as propriedades de reduzir o nível de colesterol “ruim” (LDL). Mas existem fatores negativos no consumo do salmão.

Meio ambiente e saúde

A pressão aos cardumes naturais de salmão causada por sua popularização fez com que cada vez mais os salmões sejam cultivados em cativeiro. E os impactos desse cultivo, tanto no meio ambiente quanto na qualidade do peixe assim produzido, causam muitas preocupações quanto à sua sustentabilidade e até mesmo à saúde do consumidor.

Visando um crescimento acelerado para diminuir os custos de produção, criou-se inclusive o salmão geneticamente modificado – apelidado Frankenfish, em referência ao monstro Frankenstein – primeiro animal transgênico destinado ao consumo humano.

Como seria a vida natural do salmão

Na natureza, o salmão percorre uma verdadeira epopeia para completar seu ciclo de vida. Nascido em rios e lagos de água doce, o peixe passa a maior parte de sua vida adulta no oceano, até o momento de sua reprodução. Guiados por algum mecanismo ainda não completamente desvendado pela ciência, os salmões viajam dezenas de milhares de quilômetros se necessário, e nadam correnteza acima para voltar ao local de seu nascimento, onde desovarão – e muitos morrerão.

Como é o salmão no cativeiro

Em cativeiro, buscam-se maneiras de simular essas condições. Após a fertilização in vitro, os peixes passam sua “juventude” em água doce, sendo depois levados para o mar, onde são criados em tanques-rede (espécie de gaiolas flutuantes onde os salmões são isolados de seus predadores naturais). Os peixes são alimentados com ração até chegar ao tamanho adequado, quando são removidos e encaminhados para o abate.

O que seria uma boa forma de se evitar danos às populações naturais de salmão, na verdade tem causado muita controvérsia. Confira a seguir alguns dos pontos negativos encontrados em relatos das condições de criação de salmão em cativeiro:

Alimentação inadequada dos salmões – com alto teor de gordura para rápida engorda, e ainda corantes artificias, tóxicos à saúde humana, para fazer com que tenham a cor alaranjada que conhecemos, que na natureza ocorre quando a dieta do salmão inclui camarões e outros crustáceos.

Superlotação dos tanques-rede, fazendo com que a criação de salmões em tanques-rede tenha sido comparada à de muitas granjas, que são consideradas desumanas pelo estresse que causam aos animais.

Essa condição propicia ainda a proliferação de doenças, muitas vezes combatidas com o uso de antibióticos, e de parasitas, como o piolho-do-mar (um crustáceo que se fixa ao salmão e se alimenta de sua pele e mucosa), contra o qual são utilizados pesticidas, que impactam o meio ambiente. A presença de tanques-rede numa determinada área acarreta o aumento da população de piolhos-do-mar na região, potencialmente prejudicando outras espécies hospedeiras, bem como os cardumes naturais de salmão.

Outro impacto causado pelos tanques-rede é a grande concentração de dejetos de peixes em uma determinada área, que podem causar desequilíbrios como superpopulação de algas, ou até mesmo a poluição direta em alguns lugares – embora a tendência seja a dispersão dos dejetos pelas correntes marinhas, não há garantia de que isso vá ocorrer, e há relato de casos de aparecimento de um lodo negro, atribuído aos dejetos de salmão cultivados na área.

É mesmo necessário comer salmão?

Com toda essa problemática em torno ao famoso e super requisitado salmão, a Global Salmon Initiative (GSI) juntamente com o World Wildlife Fund (WWF), a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) das Nações Unidas (ONU) e o Rabobank, reuniram-se em Boston, em ocasião da Seafood Expo North America, para encontrarem soluções sustentáveis para a produção do salmão e não perderem a grande demanda pelo peixe. Líderes empresariais deste ramo da aquicultura acreditam que uma mudança significativa nas atuais práticas empresariais é a única maneira de o setor atender ao seu potencial de mercado e a futura demanda global dos consumidores por salmão.

Estas mudanças implicariam em certificar as empresas participantes da GSI pelo Salmon Standard da Aquaculture Stewardship Council (ASC), o que já representa um avanço se comparado com as práticas correntes; focar na saúde dos cardumes – primariamente para solução do problema “piolho marinho” e gestão de outras doenças e garantir fontes sustentáveis de alimento por meio de parcerias com empresas similares. O padrão proposto, entretanto, não é orgânico – ainda permite o uso de antibióticos, por exemplo – e não bane completamente os tanques-rede, buscando, no entanto, mitigar suas consequências.

Mas enquanto o consumo do salmão implique os problemas ambientais levantados no texto, seria mesmo necessário continuar comendo este peixe?

Fonte foto: alternet.org

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