Não odeie as pombas. Tenha compaixão! Especialistas advertem para que deixemos de tratá-las como pragas

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Aqui no Brasil, existe uma visão muito distorcida sobre as pombas, como exemplo, existem cidades que as autoridades públicas lançam campanhas absurdas, visando exterminá-las. A razão atribuída para tal crueldade é que elas causam doenças e, por isso, são consideradas pragas.

Tal justificativa não condiz com a verdadeira realidade dos fatos e, nesta história, as pombas são as vítimas e não as vilãs.

Por isso, neste conteúdo, vamos desmistificar os falsos estigmas e mitos que foram criados colocando em perigo a vida dessas aves.

Em defesa das pombas, existe uma página no Instagram chamada propriamente “Salvem As Pombas”. A página diz: são “Aves LIMPAS, AMISTOSAS, INTELIGENTES e que NÃO CAUSAM DOENÇAS!

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POR FAVOR, LEIAM E COMPARTILHEM! POMBAS, NÃO SÃO AS VILÃS! Muitas notícias distorcidas se espalham veiculadas pela imprensa e pela mídia, corroboradas por autoridades públicas e alguns profissionais ligados à Saúde, denotando a existência de “doenças do pombo”. Apontam que os dejetos destas aves estão contaminados sendo necessário controle e manejo nas cidades. Estas informações atemorizam a população humana e induzem a rejeição social da presença de pombos na cidade . Mesmo assim, destaca-se que a pomba não é portadora de NENHUMA doença de modo exclusivo e que não existe notificação histórica de surtos envolvendo “doença do pombo” nas grandes cidades. Casos de morte como os relatados em Santos / SP são casos ISOLADOS e que necessitam maiores investigações ambientais. Porém deixamos em aberto para pensar: *Santos joga no mar 60 toneladas de lixo todos os dias! *Milhares de pessoas chegam através do porto aonde a fiscalização sanitária é PÉSSIMA! *Toneladas de mercadoria vindas de todos os locais do mundo chegam até a cidade SEM CONTROLE SANITÁRIO ADEQUADO! *A região portuária é de conhecimento de todos que é um verdadeiro LIXO! * Santos é a terceira cidade do pais com o maior número de favelas em palafitas. Mais de SETE MIL FAMILIAS SEM SANEAMENTO BÁSICO, morando em meio ao esgoto, sobre áreas que já foram produtivos manguezais. E AS PESSOAS AINDA TEM A CAPACIDADE MENTAL DE DIZER QUE SÃO AS POMBAS AS CULPADAS PELAS DOENÇAS????!!!!! #SalvemAsPombas #SaveThePigeons #Pigeons #Palomas

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Quem é que causa doença mesmo?

Há quem diga que pombas são sujas, causadoras de doenças e, por isso, as tratam como pragas. Em contrapartida, quem tem essa visão provavelmente não leva em conta o lixo espalhado na rua, o chiclete jogado na calçada, o resto de sanduíche deixado no banco da praça, o copo descartável com vestígio de suco largado no chão de uma via pública, todas ações de seres humanos.

Essas atitudes causam e proliferam a sujeira, infectam o meio ambiente, além de atrair aves e animais que, por terem ficado sem os seus habitats naturais, acabam ingerindo lixo e vestígios de alimentos.

Segundo um post do “Grupo de Assistência a Aves Sinantrópicas” no Facebook, em termos científicos, não existe doença específica de pombo pois, se houvesse, estaria catalogada no CID 10–Código Internacional de Doenças.

Além disso, os microrganismos estão em toda parte e, também, no organismo de outros animais e dos seres humanos.

O contágio por doenças associadas às fezes dos pombos está mais atrelado a falta de cuidado com a saúde e a higiene.

Salvem as Pombas!

Para levar esclarecimentos em defesa destas aves, o projeto Salvem as Pombas foi criado pela ativista pelos direitos dos animal, Fernanda Juliana. O projeto tem parceria com a ONG de proteção aos animais, a Soama – Sociedade Amigos dos Animais.

O objetivo é despertar nas pessoas a compaixão e o respeito em relação às pombas, que são tão discriminadas em cidades brasileiras. Essa iniciativa visa fazer as pessoas perceberem que as pombas vêm sendo perseguidas por informações distorcidas.

O extermínio de pombas é cruel e ineficaz

De acordo com um Laudo da Sociedade Brasileira de Infectologia, publicado em 2018, ações de remoção e extermínio de pombas são ineficazes pelos seguintes motivos:

  • Pessoas saudáveis e com boa imunidade, apresentam  elevada resistência às doenças decorrentes dos fungos encontrados em fezes de pombos.
  • Não se deve encarar a presença das pombas nas cidades como risco sanitário, pois, não há embasamento científico que justifique a remoção ou eliminação delas. Tanto é que nas grandes capitais europeias onde as pessoas convivem há séculos com pombos, não existem evidências de surtos de criptococose ou outras doenças atribuídas à estas aves.
  • Exterminar pombas não diminui a ocorrência de criptococose e demais doenças relacionadas as fezes destas aves e, além disso, é um ato extremamente ineficaz e cruel.

O que dizem as autoridades científicas

Várias autoridades do mundo médico científico se opõe às distorções que são divulgadas sobre as pombas:

  • Charlotte Donnelly, especialista norte-americana em controle de aves, disse em seu relatório ao Conselho Consultivo de Meio Ambiente de Cincinnati:

“A verdade é que a grande maioria das pessoas têm pouco ou nenhum risco dos pombos para a saúde e provavelmente tem maiores chances de se ser atingido por um raio do que contrair uma doença grave de pombos.“

  • Mike Everett, porta-voz da “Royal Society for Protection of Birds” afirmou:

“Não há evidências que mostram que eles (pombos) espalham doenças “.

  • O médico veterinário David Taylor declarou:

“Em 50 anos de trabalho profissional como cirurgião veterinário, não me lembro de um caso de zoonose em um ser humano que estava relcionado a pombos.

  • Mira J Leslie, veterinária estadual de saúde pública do estado do Arizona enfatizou.

“Nós nunca documentamos uma doença transmitida pelas pombas aos humanos no estado do Arizona.”

Medidas profiláticas e preventivas sem crueldade animal

Ainda, de acordo com o Laudo da Sociedade Brasileira de Infectologia, existem formas éticas e sem crueldade de adotar medidas preventivas para combater a proliferação de doenças pelo contato com as fezes das pombas, e até de outros animais, tais como:

  • Evitar a domiciliação de pombas nas residências
  • Vedar frestas e espaços que conduzam ao telhado, porão, sótão ou outro local para evitar entrada de aves ou morcegos
  • Colocar barreiras físicas em locais que aves costumam empoleirar-se tais como: beirais, sacadas entre outros
  • Caso haja acúmulo de fezes de pombas, é recomendável umedecê-las antes de retirá-las para evitar a formação de poeira e a contaminação por fungos causadores de doenças. Também é bom durante esta limpeza, o uso máscara facial do tipo cirúrgica (descartável) e luvas.
  • Evitar contato físico com locais que tenham excesso de acúmulos de fezes de pombos, morcegos e outros pássaros
  • Como já acontece em países europeus, é possível realizar o controle populacional das pombas em centros urbanos, utilizando estratégias associadas a métodos contraceptivos que não causam danos a estas aves.
  • Não deixar o lixo exposto.

Vale acrescentar para quem tem animais de estimação, de não deixar o alimentos de seus pets em locais em que pombas ou ratos possam ter acesso

Responsabilidade Humana

É mais fácil culpar as pombas do que o ser humano assumir a responsabilidade pelo desequilíbrio que ele causa no meio ambiente, com o desmatamento e o excesso de urbanização. Fatores estes que obrigaram estas aves se adaptarem às condições das cidades mas, o que é pior, de serem alvo da ignorância das pessoas.

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Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos fala e escreve para GreenMe desde 2017.
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