Heroína Naja: mensagens no WhatsApp revelam envolvimento de professora de veterinária

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Novos e importantes desdobramentos na Operação Snake, aberta pela Polícia Federal para apurar o caso da heroína Naja, a cobra que ao morder um estudante de veterinária levou à descoberta de uma provável rede de tráfico de animais com muitos envolvidos, inclusive funcionários públicos.

A prisão de Pedro Krambeck, o jovem picado pela naja, suspeito de envolvimento com o crime de tráfico de animais silvestres, não durou 48 horas e ele foi solto, por determinação do desembargador Roberval Casemiro Belinati, na sexta-feira, dia 31.

No mesmo dia, a Justiça também determinou a soltura de Gabriel Ribeiro de Mouro, preso acusado de auxiliar Pedro a esconder as demais cobras e a deixar a naja na rua próxima a um shopping em Brasília, além de envolvimento no tráfico de animais.

Mas as investigações não pararam e a Polícia encontrou mensagens de celular trocadas por WhatsApp entre Pedro e amigos, que reforçam a existência de uma rede de tráfico, que ele estaria exercendo a atividade de medicina veterinária ilegalmente, chegando até ao possível envolvimento de uma professora da faculdade UNICEPLAC.

Além disso, a Corregedoria da Polícia Militar está investigando a possível participação de policiais militares no esquema, e o Ibama também já afastou funcionários.

Mensagens de celular

Durante as investigações, alguns aparelhos celulares foram apreendidos, inclusive do padrasto de Pedro, o tenente-coronel Eduardo Condi, e os policiais encontram mensagens muito suspeitas trocadas entre amigos e colegas de faculdade, inclusive com Fabiana Volkweis, professora dos suspeitos.

Um dos trechos da conversa não só demonstra que a professora tinha pleno conhecimento das práticas ilegais feitas pelos alunos, como incentivava que eles soltassem as cobras no mato, para se livrarem delas, inclusive as peçonhentas, como informou o G1.

Um fato absolutamente reprovável por parte da professora, que também é médica veterinária, e não poderia jamais compactuar com essa situação, e pior, indicar que as cobras fossem soltas no mato.

O Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) informou que acompanha as investigações e que se ficar provada a participação de profissionais, vai instaurar um processo ético profissional.

Em outras mensagens encontradas, trocadas entre amigos, há relatos sobre soltar as serpentes e grupos de compra e venda de animais. Numa das mensagens, alguém diz: “soltei a jararaca”.

Um dos textos, um suposto colega de faculdade prevê que, com as investigações da polícia avançando “muita gente que cria vai cair”.

Investigação de policiais militares e funcionários do Ibama

Já tínhamos noticiado aqui que a funcionária do Ibama, Adriana da Silva Mascarenhas, foi afastada por ordem da justiça, suspeita de envolvimento no esquema de tráfico de animais.

Outros funcionários do Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetas) também estão sendo investigados, mas seus nomes não foram divulgados.

Agora, a Corregedoria da Polícia Militar investiga militares suspeitos de envolvimento no esquema.

A suspeita surgiu porque o padrasto de Pedro, tentente-coronel da PM e um dos alvos do processo, pode ter contado com a ajuda de militares do Batalhão Ambiental.

Embora a polícia não tenha dado maiores detalhes para não atrapalhar as investigações, outro forte indício que leva à suspeita da participação dos militares, é que foram os PMs do Batalhão da Ambiental que resgataram a naja após a cobra ser abandonada próximo a um shopping de Brasília, indicando que foram previamente avisados que a serpente estaria no local.

Exercício ilegal da profissão

Com as investigações, os policiais também suspeitam que Pedro exercia ilegalmente a profissão de médico veterinário.

Mesmo não sendo formado, segundo afirmação do Ministério Público, vídeos e fotos mostram que ele fez cirurgia em serpente.

O Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos, Uniceplac, disse que Pedro Henrique Krambeck Lehmkuhl responderá a um procedimento administrativo na faculdade e que foi criada uma comissão interna para julgar a penalidade que pode ser aplicada aos alunos envolvidos no caso.

Continuamos de olho.

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Juliane Isler, advogada, especialista em Gestão Ambiental, palestrante e atuante na Defesa dos Direitos da Mulher
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