Com o aquecimento global e o derretimento da neve e do gelo na Antártica, o pesquisador Steven Emslie fez uma descoberta verdadeiramente incrível, ou seja, a descoberta de carcaças de pinguins-de-Adélia (Pygoscelis adeliae) em uma área onde não havia colônia dessa espécie há pelo menos um século.
A pesquisa foi publicada pela Geological Society of the United States. Como dissemos, o zoólogo da Universidade da Carolina do Norte, Steven Emslie, fez uma descoberta incomum: com o derretimento da neve e do gelo, os restos em decomposição dos pinguins-de-Adélia foram encontrados em uma área do Cabo Irizar no Mar de Ross.
Ancient Adelie penguin colony revealed by snowmelt at Cape Irizar, Ross Sea, Antarctica
(image of 800-yr old penguin #mummy by Steven Emslie)https://t.co/zPgCfT1cMW pic.twitter.com/bMlLKJPPZ2
— Mostly Mammoths (@MostlyMammoths) September 28, 2020
Há um século que uma colônia dessa espécie não era registrada nessa área, por isso a descoberta deixou o pesquisador sem palavras. As carcaças são principalmente de filhotes, que apresentam uma alta taxa de mortalidade quando nascem nas estações mais frias do ano. Além dos pequenos corpos, havia também pinguins adultos, sinal de que havia de fato uma colônia aqui. Emslie e seus colegas coletaram alguns desses restos para análises adicionais de radiocarbono. Mas não só isso, ao longo da região, os pesquisadores encontraram antigos locais onde pinguins-de-Adélia faziam seus ninhos.
“Recuperamos ossos, penas, cascas de ovos, mas também ossos de peixes em um solo que agora agora é seco e empoeirado”, explica Emslie.

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As análises indicam que existem pelo menos três períodos de ocupação, o mais recente há 800 anos e o mais antigo há cerca de 5.000 anos. Conforme a camada de neve e gelo aumentaram, os restos permaneceram sob o solo e permaneceram intactos até o derretimento recente. Em comparação com a década de 1980, o aquecimento global fez com que a temperatura do Mar de Ross subisse entre 1,5 e 2 graus Celsius. A pesquisa foi financiada pela National Science Foundation e pelo US Antarctic Program.
“O aquecimento global é cada vez mais persistente na Antártica e no Mar de Ross e pode fazer com que novas colônias de pinguins surjam em uma área que parecia deserta”, conclui Emslie.
Fonte: Geologia