Em tempos de relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), vale recapitular alguns fatos, e especialmente, o que o Brasil tem feito no campo de energias renováveis. Hoje escolhemos a energia solar.
Confira a seguir:
1. A expressão “energia solar” inclui todas as formas de utilização da energia irradiada do Sol, dentre as quais se destacam o aquecimento solar, largamente utilizado no aquecimento de água através de coletores solares térmicos, a energia solar fotovoltaica, que é a forma mais popular de conversão da energia do Sol em energia elétrica, através do uso de painéis fotovoltaicos e a energia heliotérmica ou energia de solar térmica que é uma tecnologia que transforma a energia solar em energia térmica e subseqüentemente em energia elétrica.
2. Com a exceção de Minas Gerais, não há isenção de impostos para incentivar a compra de equipamentos solares.
3. Segundo as Estimativas Anuais de Emissões de Gases de Efeito Estufa no Brasil (Ministério da Ciência e Tecnologia), entre 1990 e 2020 as emissões do setor elétrico praticamente dobrarão, passando de 191 milhões de gigatoneladas de CO2 equivalente para quase 400 milhões de toneladas. A energia solar nem aparece no cenário projetado pelo Plano Nacional de Energia 2030, do Ministério de Minas e Energia – faz parte de ínfimos 1,2% de “outras centrais térmicas”.
4. O Brasil encontra-se em quarto lugar (dados de 2012) na captação de energia solar através de coletores solares térmicos.
5. Quando se trata, entretanto, da produção de energia elétrica através de painéis fotovoltaicos, o país ocupa um vexatório 34º lugar, com apenas 17 MWp (Megawatts-pico), atrás de países que recebem muito menos insolação, como Eslováquia, Eslovênia, Suíça, Luxemburgo, e até mesmo Suécia e Dinamarca (veja o mapa).
(legenda: Distribuição diária média entre 1991-1993 da energia solar recebida pela Terra ao redor do Mundo. Os círculos pretos representam a área necessária para suprir toda a demanda de energia do planeta Terra. Fonte: wikipedia)
6. A Alemanha, primeiro lugar, tinha 32.411 MWp instalados em 2012.
7. Devido às suas condições climáticas, o nordeste brasileiro é a segunda melhor região do mundo para a captação de energia solar, perdendo apenas para o deserto do Saara.
8. O Brasil ainda subsidia combustíveis fósseis como diesel, gasolina e carvão mineral (este para a produção de energia elétrica), que provocam a emissão de gases causadores de efeito estufa. No ano passado, foram R$ 40,73 bilhões. Se tivesse investido esses recursos em energia solar fotovoltaica (estimando-se custo do KWp a US$2.500), teria podido instalar pelo menos 7.000 MWp.
9. Considerando ainda os subsídos a combustíveis fósseis concedidos desde 2011, e os previstos para 2014, o país poderia ter aumentado sua capacidade de produção de energia elétrica através de painéis fotovoltaicos para quase 30.000 MWp – o que colocaria o Brasil no mapa dos produtores desse tipo de energia, em segundo lugar, logo atrás da Alemanha.
10. Segundo dados da ANEEL, há apenas 83 microgeradores de energia solar no Brasil – contra 1.500.000 na Alemanha.
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Fonte foto: Stock.Xchng