A energia eólica oferece muitas vantagens: não polui, não produz resíduos e está se tornando cada vez mais acessível. No entanto, as turbinas eólicas podem se tornar uma ameaça para as aves, especialmente para as espécies ameaçadas de extinção, como as aves de rapina que costumam cair e morrer.
A única solução, portanto, seria abrir mão da energia gerada pelo vento? A resposta é não. Bastaria criar turbinas eólicas mais sofisticadas, como as desenvolvidas por uma empresa do Colorado que usa uma tecnologia inovadora que leva o nome de IdentiFlight.
Como funciona a tecnologia IdentiFlight
Mas, do que se trata? Resumindo, o sistema IdentiFlight combina inteligência artificial com tecnologia ótica de alta precisão para identificar águias e outros espécimes de pássaros protegidos. As tecnologias de software e rede neural processam as imagens para determinar a posição 3D, velocidade, trajetória e espécie da ave em questão em segundos. Assim, quando um pássaro se aproxima muito, um sinal é enviado automaticamente para desligar a turbina.
Ao detectar uma ave a até um quilômetro de distância e classificá-la como espécie protegida – por exemplo, no caso de uma águia em tempo real, o sistema IdentiFlight fornece aos operadores de parques eólicos dados visuais e quantitativos críticos necessários para reduzir ou evitar colisões. – explica os criadores dessas turbinas eólicas de última geração – Os pássaros protegidos são protegidos e a perda de produção de energia é minimizada.
Um sistema que defende as espécies protegidas
Os efeitos positivos desse tipo de turbinas eólicas na avifauna também foram confirmados por um estudo publicado há alguns meses no Journal of Applied Ecology e conduzido por uma equipe de cientistas e ativistas ambientais dos EUA.
“As descobertas sugerem que esta tecnologia tem potencial para reduzir o conflito entre a energia eólica e a conservação das aves de rapina”, explicam os especialistas.
A análise mostrou que, graças ao uso de turbinas eólicas que utilizam o sistema IdentiFlight, a taxa de mortalidade das aves é reduzida em 82%.
Esses resultados demonstram que o uso do sistema IdentiFlight pode reduzir o número de mortes de águias em usinas eólicas, reduzindo o conflito entre a energia eólica e a conservação de aves de rapina. – destaca Chris McClure, principal autor do estudo – Esta tecnologia, que continua a se desenvolver e melhorar, pode ter um grande impacto na conservação das aves de rapina em todo o mundo.
Na verdade, a peculiaridade deste sistema desenhado pela IdentiFlight International é a atualização e melhoria contínua.
Uma das vantagens do sistema IdentiFlight é a capacidade de aprender com a enorme quantidade de dados que coleta diariamente sobre águias e outras espécies de aves protegidas em todo o mundo. – destaca Carlos Jorquera, diretor técnico da IdentiFlight – Ao alavancar tecnologias de inteligência artificial, como aprendizado de máquina e redes neurais convolucionais, o sistema se aprimora continuamente à medida que o conjunto de dados cresce.
No momento, turbinas eólicas usando o sistema IdentiFlight só foram instaladas na Califórnia, Oregon, Washington, Wyoming, Oklahoma, Tasmânia e Alemanha.
Infelizmente, a maioria das turbinas eólicas instaladas em todo o mundo, inclusive na Itália, não estão equipadas com sistemas tecnológicos avançados ou câmeras e muitos (muitos!) pássaros continuam morrendo em silêncio geral ..
Fontes: IdentiFlight / Journal of Applied Ecology
