Relatórios são uma ferramenta para a administração de negócios e servem para organizar e ajudar no esclarecimento e soluções de problemas econômicos, administrativos, de recursos humanos e tantos outros que uma empresa pode haver. Servem para facilitar os passos seguidos por uma empresa, diagnosticar riscos e novas possibilidades em sua gestão. Sendo assim, os relatórios não deveriam ser produzidos simplesmente para amenizar potenciais críticas ou destacar as boas ações de uma empresa.
Muitas empresas vêm publicando relatórios de sustentabilidade. A empresa KPMG (uma das líderes na prestação de serviços de auditoria, impostos e consultoria de gestão e estratégica) realizou uma pesquisa detalhada sobre os relatórios de sustentabilidade publicados nas 250 maiores empresas globais e nas 100 maiores empresas de 41 países e constatou que, hoje, este tipo de relatório é elaborado por 71% das 100 maiores empresas da Ásia. Nas Américas, 76% contra 73% das empresas europeias, publicam estes relatórios. A pesquisa verificou um crescimento expressivo do número de relatórios publicados em países emergentes, incluindo os da América Latina. No Brasil o índice de publicação gira em torno de 80%, índice condizente com o máximo obtido em países onde o relato de informações socioambientais não é obrigatório por lei. Índices próximos de 100% só são encontrados em locais onde existe algum tipo de obrigação (França e Dinamarca com 99%, África do Sul com 98%).
Os números demonstraram que não existe mais espaço para a discussão se as empresas devem ou não elaborar um relatório de sustentabilidade. De acordo com o que foi constatado na pesquisa, isto já se tornou uma prática padrão e a maioria das empresas seguem as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI), uma instituição independente que criou o primeiro padrão mundial de diretrizes para elaboração de relatórios de sustentabilidade das empresas que querem avaliar o seu desempenho econômico, ambiental e social. É um Centro de Colaboração Oficial do Meio Ambiente das Nações Unidas.
Se a maioria das empresas está utilizando estes relatórios, sem que eles sejam necessariamente obrigatórios, resta-nos saber com quais finalidades: publicitária? ambiental? organizacional? econômica? Será que estão preocupadas com a sustentabilidade ou querem se mostrar sustentáveis? De qualquer forma, o assunto sustentabilidade vem mesmo ganhando espaço em todas as esferas da vida. E, sendo estratégicos tanto na economia quanto nas áreas socioambientais, esperamos que os relatórios de sustentabilidade das grandes empresas as ajudem a seguir o rumo da economia verde.
Fonte foto: Morgue Free