Recentemente, fizemos uma matéria na qual se discutia os esforços para desativar os lixões por todo o país, lembrando que em agosto deste ano acaba o prazo dado pela Política Nacional dos Resíduos Sólidos para extinguir todos os lixões, que deverão se tornar aterros sanitários. Como esse é um tema que suscita muita discussão, agora, a título de esclarecimento, decidimos apontar quais as reais diferenças entre o lixão e o aterro sanitário.
É fato que o país ainda dá um destino impróprio a seus dejetos e resíduos. Prova disso é o seguinte dado: cerca da metade das cidades do Brasil ainda faz uso de lixões, então há muito trabalho pela frente.
A medida do governo se baseia na diferença de tratamento dos resíduos. Veja:
• No lixão, há um grande espaço que recebe o lixo que é despejado, ou seja, não há um planejamento apropriado, a fim de fazer o “abrigo” de resíduos, de modo menos agressivo ao meio ambiente. Os efeitos mais próprios do acúmulo do lixo, como o chorume e gases não são tratados, e acabam, por um lado, contaminando o solo e lençóis freáticos e, por outro, poluindo o ar e atraindo ratos e insetos em geral – que são vetores de diversas doenças e infecções;
• Por outro lado, no aterro sanitário, os resíduos ficam em um local totalmente impermeabilizado – onde é aplicada uma camada de argila e depois recoberta por lona plástica, impedindo o vazamento do chorume. Dia após dia, todo o material é aterrado, com instrumentos específicos. O metano e outros gases liberados pelo processo de decomposição são captados por tubulações e pode, inclusive, ser convertido em energia elétrica.
Além dessas duas iniciativas, há ainda os aterros controlados, que seriam uma espécie de intermediários, entre lixão e aterro sanitário. Nesses casos, todos os resíduos são cobertos com terra, mas não há uma proteção total dos solos, para evitar a contaminação.
Mais do que nunca, é chegada a hora de lidarmos, com mais inteligência, em relação a nossos resíduos do dia a dia. Só assim poderemos construir um planeta onde os seres humanos consigam conviver em harmonia com a natureza.
Fonte foto: Morgue File