Manacá é uma planta arbustiva que cresce principalmente na região central do Brasil. Populares utilizam muito essa planta como remédio, na forma de chá e garrafada. Saibam mais sobre as propriedades científicas e curativas desta planta, e confira o depoimentos de pessoas que fizeram uso do manacá.
Índice
Características
Spiranthera odoratissima é o nome científico da planta denominada manacá, pertencente à família Rutaceae. O Manacá é uma planta medicinal localizada na região do Cerrado Brasileiro, nativa dos estados de Mato Grosso e Goiás e também de Minas Gerais e Bahia. Por isso, a planta também é conhecida pelo nome popular de manacá-do-cerrado.
No cerrado, o manacá quase passa despercebido, só quem conhece bem o arbusto percebe a planta no meio da mata.
O manacá apresenta um cacho de flores brancas muito perfumadas, as folhas têm odor cítrico.
Utilizações e benefícios do manacá
Esta planta é um arbusto cujas raízes são utilizadas tradicionalmente como estimulante do apetite, contra disfunções hepáticas, reumatismo, dores musculares, de estômago e de cabeça e as folhas desta planta podem ser utilizadas como depurativo do sangue, em afecções renais e hepáticas.
Princípios ativos e propriedades medicinais
Os princípios ativos que fazem parte da composição fitoquímica desta planta são: fenóis, taninos, cumarinas, flavonoides, triterpenos /esteróis, antraquinonas e antocianinas nas folhas e alcaloides, cumarinas, amido e saponinas nas raízes, por isso tem propriedades anti-inflamatória, ansiolítica, hepática, reumática, analgésica, estimulante, estomacal, antiulcerogênica (combate úlceras) e antimicrobiana.
Só pelas propriedades medicinais, dá para perceber que se trata de uma super planta curativa!
Uso tradicional do manacá
Vejam alguns depoimentos de pessoas que conhecem na prática as propriedades curativas do manacá do cerrado.
O agricultor Sandoval José de Almeida diz ter encontrado alívio para as dores de um reumatismo antigo, com as lascas de manacá, a respeito disso ele afirma:
“Preparei o chá com uma panela tampada.
Fervi cinco minutos, tirei e coei.
Tomei três vezes ao dia, durante 15 dias, e fiquei curado.”
Na loja do raizeiro Geneci Carvalho, garrafada de manacá é produto que não para de vender e a fórmula é simples, ele nos ensina:
“O primeiro passo é cortar bem a raiz.
Depois de amassada, colocamos dentro de um vidro bem limpo.
Para um litro de vinho, usamos de 20 a 30 gramas de raiz.
Se for exagerado, o manacá pode causar alergia.”
O pesquisador botânico Libério Amorim, da Universidade Federal do Mato Grosso-UFMT, já tem uma visão mais técnica e científica à respeito do uso medicinal do manacá, sobre a forma de utilização, reações que podem advir do mau-uso dessa planta e sobre esses aspectos ele elucida:
Sobre a forma de uso:
“A parte do manacá que combate qualquer inflamação está debaixo da terra.
“Coloca-se cerca de 20 gramas, da parte que está enterrada, em um litro de cachaça.
Chazinho normal não funciona, tem que ser com álcool, porque o álcool funciona como fixador do princípio ativo.”
Sobre o efeito medicinal e possíveis reações:
…Muita vezes o princípio ativo pode não estar presente e muitas vezes pode ser até tóxico, então, a população precisa ter cautela.
Aquela máxima de que se bem não faz, mal não fará, não é verdade.”
Sabedoria popular
A ciência busca comprovação das propriedades curativas do manacá, mas uma coisa é fato: muito das pesquisas científicas partem do uso e do conhecimento popular e tradicional das plantas medicinais, passados de geração para geração, e cuja eficácia foi comprovada na prática.
Certamente, para usufruirmos do poder curativo das plantas medicinais, precisamos conhecer suas propriedades medicinais e terapêuticas, por isso a importância de se resgatar, valorizar e cultivar esse conhecimento e essa sabedoria que nossos antepassados nos deixaram e zelar por toda rica e valiosa biodiversidade que faz parte da Natureza, onde podemos encontrar a cura de muitas doenças!
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Fonte Foto: Mauricio Mercadante
