Mel pode ajudar a salvar vida de uma criança que engoliu bateria

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“Meu filho engoliu uma bateria redonda. O que eu faço?” é uma das perguntas que a toxicologista Eliane Gil e seus colegas médicos e farmacêuticos do Ceatox (Centro de Assistência Toxicológica) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP mais recebem pelo telefone de emergência.

Quase sempre os adultos demonstram pela voz tensão e nervosismo. Mas é preciso manter a calma, dizem os especialistas do outro lado da linha, acostumados a orientarem a população em casos de intoxicação. “E procurar um serviço médico imediatamente para que a peça seja removida do organismo da criança”.

Outra recomendação que também pode surgir na conversa, porém, é menos óbvia e começa com uma pergunta: “Você tem mel em casa?”.

Se a resposta for sim e a criança que engoliu o dispositivo tiver 1 ano de idade ou mais, é possível que os pais sejam orientados a dar pequenas quantidades do doce alimento das abelhas enquanto levam o filho para o hospital. Isso porque:

  • Considerada tóxica para o ser humano, a bateria de lítio, também conhecida como “bateria redonda” ou “pilha-botão”, pode causar queimaduras graves no esôfago em menos de duas horas após a ingestão, além de asfixia e complicações graves, com risco de morte;
  • O mel não impede o desenvolvimento dessas lesões, mas pode retardar o seu avanço e, consequentemente, diminuir o risco de morte até que a criança chegue ao serviço médico.
  • Quando há disponibilidade do mel, para as crianças maiores de 1 ano, podemos sugerir o uso como medida paliativa no trajeto até o hospital. Mas isso não deve ser motivo para retardar o atendimento médico, com os pais saindo de casa para comprar mel, por exemplo, pois o mais importante é que a bateria seja removida pela endoscopia.

Por que o mel?

As orientações adotadas pelo centro são baseadas nas diretrizes e literatura internacional.

O papel protetor do mel nesses casos foi indicado por um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade da Filadélfia, e que se tornou referência para que centros de intoxicação mundo afora recomendassem o uso do doce nessas situações, incluindo o National Capital Poison Center, nos EUA. A pesquisa foi publicada em 2018 no periódico Laryngoscope.

Entenda o estudo

O intervalo entre a ingestão e a remoção da bateria do organismo é um momento crítico para agir.

Por isso, os cientistas testaram o efeito protetor de uma variedade de líquidos comuns encontrados em casa, incluindo suco de laranja, isotônicos e mel. Ao final dos experimentos, que foram feitos no esôfago de suínos, o mel demonstrou em grau significativo um dos efeitos mais protetores e, diz o estudo: “tem o potencial de reduzir a gravidade da lesão e melhorar os resultados do paciente”.

Carlos Augusto Mello da Silva, presidente do Departamento Científico de Toxicologia e Saúde Ambiental da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), que tem mais de 40 anos de experiência na área e não participou do estudo, explica que as baterias de lítio contém hidróxidos, substâncias químicas que são alcalinas, ou seja, têm um pH muito alto —como a soda cáustica.

“O que acontece é que o mel é espesso o suficiente para revestir a bateria e retardar a geração de hidróxido onde a bateria se alojou no corpo, atrasando o aparecimento das queimaduras”, diz Silva.

Quantos ml e em quais casos pode dar mel para a criança que engoliu bateria?

A dose preconizada para o uso do mel como medida preventiva de lesões esofágicas é de 10 ml (cerca de 2 colheres de chá) de mel, por via oral, a cada 10 minutos, até completar 6 doses, entre o tempo decorrido da ingestão até chegar ao hospital.

Fonte: Viva Bem

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Nascida e criada em São Paulo, é publicitária formada pela Faculdade Cásper Líbero e Master em Programação Neurolinguística. Trabalha como redatora publicitária, redatora de conteúdo e tradutora de inglês e espanhol. Apaixonada por animais e viagens, morou no Canadá e no Uruguai, e não dispensa uma oportunidade de conhecer novos lugares e culturas.
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