Quando um repórter questionou Jair Bolsonaro acerca dos R$ 89 mil que sua esposa, Michelle, recebeu de Fabrício Queiroz, o presidente não deve ter imaginado a repercussão que a indagação teria nas redes sociais.
O questionamento do repórter se deve a vários cheques depositados na conta da primeira-dama desde 2018, fomentando ainda mais as suspeitas de um esquema de corrupção envolvendo a família Bolsonaro. O chefe do clã respondeu com um violência desmedida ao jornalista:
“Vontade de encher tua boca com uma porrada, tá, seu safado”.
A resposta violenta é incondizente de ser proferida por um chefe de Estado, o que fez com que a mídia tradicional e as redes sociais viralizassem a pergunta
“Presidente, por que sua esposa, Michelle, recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?”.
Notas de repúdio e críticas feitas por políticos, artistas e entidades jornalísticas, pipocaram nas redes sociais. De acordo com a BBC News Brasil, em apenas 24 horas, o Twitter reverberou mais de 1 milhão de vezes o tema, que se tornou o mais discutido na rede social.
O professor Fabio Malini, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), fez um levantamento que revelou que a pergunta foi replicada mil vezes a cada 40 segundos.
O presidente Bolsonaro mostrou, mais uma vez, a sua falta de decoro para o cargo que ocupa. Ele, como agente público, tem sim que dar explicações ao povo que representa e à justiça sobre o montante de dinheiro que membros de sua família vêm recebendo há anos.
Presidente @jairbolsonaro, por que sua esposa Michelle recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz? pic.twitter.com/gcUTRX5vpZ
— Patricia Pillar (@patriciapillar) August 23, 2020
Entenda o caso
Fabrício Queiroz é acusado de ser um laranja da família Bolsonaro, tendo sido preso em uma investigação denominada de “Rachadinha”. Amigo íntimo dos Bolsonaro, atuou como assessor de Flávio, filho do presidente, ambos acusados de lavagem e desvio de dinheiro.
Segundo o R7, a rachadinha é um crime que consiste no repasse de dinheiro público por servidores terceirizados, em geral ocupantes de funções de confiança, de parte de sua remuneração para políticos ou assessores parlamentares.
Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) descobriu essa série de irregularidades no gabinete de Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual do Rio de Janeiro.
Todos nós queremos saber, afinal:
“Presidente, por que sua esposa, Michelle, recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?”.
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