Europa treme por 2ª onda do coronavírus e impõe novas medidas restritivas

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Com medo dos efeitos de uma 2ª onda de contágio pelo coronavírus, a Europa retoma medidas de proteção, isolamento e quarentena.

Com o verão europeu, férias escolares, abertura das fronteiras e o aumento do turismo, parece que o coronavírus encontrou o ambiente perfeito para manter-se ativo em circulação infectando pessoas.

França, Itália e Reino Unido já anunciaram medidas para tentar frear que haja aumento no número de infectados e mortos.

As novas medidas de contenção, urgentes e necessárias, surgiram no exato momento em que a Europa acabara de adotar as medidas de flexibilização, com a abertura das fronteiras terrestres e aéreas, com a retomada do comércio e do turismo, e se prepara agora para a volta às aulas.

Essa situação, infelizmente, não é novidade. Em abril, já contávamos aqui que a Alemanha impunha lockdown enquanto se preparava para a segunda onda de coronavírus.

Aumento do número de infectados

A decisão foi desencadeada quando a taxa de infecção nesses países ultrapassou 20 casos por 100.000 pessoas em sete dias. O requisito da quarentena foi anteriormente aplicado à Espanha, outro destino popular para turistas do Reino Unido, no final de julho.

Há que se lembrar que a Europa está no verão, no auge do calor e a circulação maior das pessoas com a retomada das atividades, estão sendo atribuídos como fatores desencadeantes da 2ª onda.

Segundo reportagem da BBC, o primeiro-ministro da França reconheceu que os números da infecção estavam indo “para o lado errado”, ou seja, estavam aumentando.

Também para a BBC, o embaixador do Reino Unido na França, Lord Llewellyn, reconheceu que a nova regra de quarentena seria uma “notícia indesejável” para os britânicos no país, mas ressaltou que as pessoas podem continuar com suas férias, desde que sigam as precauções de segurança e se auto-isolem no retorno.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, prometeu ser “absolutamente implacável” ao decidir as regras para os turistas do exterior:

“Não podemos ser remotamente complacentes com nossa própria situação. Todos entendem que em uma pandemia não se permite que nossa população seja reinfectada ou que a doença volte”.

Máscaras obrigatórias, quarentena e isolamento

Milhares de pessoas na Europa estão retornando aos seus países receosos de terem de ficar em quarentena e isolamento. 

Paris e outras cidades europeias já decretaram o uso obrigatório de máscara, mesmo em locais abertos (ao ar livre), fecharam locais de aglomeração como discotecas, retomaram a obrigatoriedade do distanciamento mínimo, impedindo (inclusive com uso de vigilância policial) a aglomeração de pessoas. Algumas localidades também reduziram o horário de funcionamento de bares e restaurantes.

Para aqueles que pretendem entrar nos países europeus, como França e Reino Unido, esses países passaram a aplicar desde sábado, 15, quarentena de 14 dias para viajantes procedentes destes países, bem como Holanda, Malta, Espanha, Bélgica, Andorra e Bahamas.

No Brasil

No Brasil a situação não é diferente. Ao contrário, hoje estamos em segundo lugar no número total de mortos e infectados, atrás apenas dos EUA, porém, em números diários, estamos no topo do ranking, mantendo a média de mais de mil mortes todos os dias.

Em 7 de agosto, em uma publicação para o jornal D24am, o cientista do Amazonas Lucas Ferrante, doutorando da pós-graduação em Biologia (Ecologia) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), fazia um alerta de que a segunda onda de Covid-19 está chegando a cidade de Manaus e que não existe imunidade por rebanho.

O cientista também alertava sobre a possibilidade de reinfeção daqueles que já contraíram a Covid-19, após três meses da doença, o artigo foi publicado na revista científica “Nature Medicine”, com a colaboração de sete cientistas.

Para Lucas, não é seguro reabrir o comércio e escolas, e para ele a imunidade de rebanho não existe. É impossível e não tem qualquer garantia, principalmente pautado no fato da real possibilidade de reinfeção. E no caso da existência de vacina, também não há garantias do tempo de eficácia.

Lucas finaliza, explicando que o artigo científico concluiu que a imunidade de rebanho só será possível quando “90 a 95% da população tiver contato com a doença e mesmo assim sobre um cenário de uma vacina aplicada”.

Para ele, enquanto isso não acontecer, deveríamos estar fechando as atividades e não retomando.

Confirmando a pesquisa do cientista, a cidade de Manaus que tinha conseguido controlar o número de infectados e mortes, na última semana, entre 5 e 11 de agosto, teve um crescimento de 73% no número de mortes por Covid-19 em relação as duas semanas anteriores. Foram 19 mortos, contra uma média de 12 dos períodos que a antecederam.

A marca seria uma clara evidência de que a cidade, apesar de festejar um suposto controle da doença, pode na verdade estar iniciando uma segunda onda.

Segundo o pesquisador Jesem Orellana, da Fiocruz de Manaus, disse ao jornal Folha, “o óbito é o indicador tardio da circulação do vírus” e o aumento do número de mortes ocorre três semanas depois, justamente depois do aumento das infecções, mostrando a correção das mortes com o número de infectados.

Foi justamente o que aconteceu no sul do país. Primeira região a supostamente controlar a circulação do coronavírus nos primeiros meses do ano, após relaxamento das medidas de isolamento e quarentena, com retomada das atividades de comércio e não essenciais, nas últimas semanas de julho e agosto, houve a maior alta no número de novos casos registrados entre as todas as regiões brasileiras, sendo a única com tendência de crescimento nas mortes causadas pelo coronavírus. Paraná teve aumento de 50% no número de mortes, Rio Grande do Sul de 30% e Santa Catarina é o estado com maior probabilidade de aumento de número de mortos.

Fica claro, assim, que todos os estados brasileiros que tiveram flexibilização de suas atividades, maior circulação de pessoas e afrouxamento das medidas de proteção, tiveram aumento no número de casos e mortes, exatamente o que vem ocorrendo na Europa, que tem 2ª onda da doença.

Aguarda-se que as medidas restritivas consigam conter essa nova onda e o que o Brasil siga o exemplo de outros países no combate sério à pandemia e, na falta de vacina ou remédio, quarentena, isolamento, distanciamento, equipamentos de proteção e higiene são as medidas que surtiram efeito mais rápido e eficaz.

Precisamos entender, de uma vez, que esse não é momento de se aglomerar, de lotar shopping, comércio, bares, não é o momento de show, de praia, de baladação, para que as pessoas tenham liberdade e possam voltar a circular e se aglomerar, é imprescindível que fiquemos em casa e evitemos ao máximo tudo que é supérfluo e não necessário.

Por mais difícil que seja, e o é, trata-se de um sacrifício eficaz, é medida de segurança que nada se compara a dor e ao sofrimento de quem adoeceu, morreu ou teve um amigo ou familiar vitimado. Trata-se de uma pandemia, uma situação de guerra, não deve ser tratada com descaso e precisa que todos se envolvam para o resultado ser eficiente e longínquo.

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Juliane Isler, advogada, especialista em Gestão Ambiental, palestrante e atuante na Defesa dos Direitos da Mulher
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