Quem nunca pensou em ser hipocondríaco? Aquele receio de ter alguma doença grave? Mas até que ponto esse receio pode ser normal? Vamos saber um pouco mais sobre o que é hipocondria?!
Índice
O QUE É HIPOCONDRIA?
É coisa de quem “procura chifre na cabeça de cavalo”, apesar de parecer bobagem, hipocondria é uma doença grave que prejudica muito a vida das pessoas que a desenvolve.
É normal que às vezes a gente se preocupe com a nossa saúde, às vezes um pouco demais e até com fundadas razões mas, a pessoa diagnosticada hipocondríaca crê (sem nenhuma razão específica) de haver doença grave, de estar à beira da morte, de apresentar sintomas, defeitos, problemas físicos não reais ou exagerando tudo a um nível insuportavelmente doentio, psíquico.
A hipocondria pode estar associada ao transtorno obsessivo-compulsivo e à ansiedade e se observa em pessoas que vivem atrás de médicos, exames, hospitais para se consultarem mil vezes em busca de encontrar razão para sua infundada loucura, ou seja, encontrar doenças graves que lhe assegurem que não é hipocondria, é sim doença, séria e real!
E muitas são as pessoas que, apesar de estarem tudo ok com suas saúdes, continuam procurando doenças. São os conhecidos maníacos por doenças.
OS SINTOMAS FÍSICOS DA HIPOCONDRIA
Embora tudo esteja na mente, a hipocondria pode revelar sintomas físicos como:
- dores de cabeça,
- dores abdominais,
- dores nas costas,
- dores nas articulações,
- febre,
- suores,
- coceiras,
- diarreias,
- tonturas,
- palpitações,
- perda de equilíbrio,
- sintomas da ansiedade,
- formigamento nas mãos e pés,
- inapetência
- perda da libido
Praticamente o hipocondríaco pode sentir os sintomas físicos das doenças por ele imaginadas, e que absolutamente não existem.
SINTOMAS GERAIS
O sintoma que distingue um “preocupado normal com a saúde” de um hipocondríaco é que o hipocondríaco ao receber o diagnóstico do médico de que “está tudo bem com você, você não tem nada, fique tranquilo”, o hipocondríaco acredita que o médico é incompetente, não olhou direito os exames e começa uma busca sem fim para encontrar quem dê razão à sua loucura.
Além disso, também é sintoma falar demais sobre doenças, falar somente disso, ficar pesquisando sobre o tema e ficar monitorando o próprio corpo em busca de sinais físicos que indiquem doenças.
DIAGNÓSTICO
Apesar de ser um pouco subjetivo, como em todas as doenças mentais, o estado psíquico da hipocondria é diagnosticado com base no histórico do paciente.
A sua crença em doenças deve ser injustificada, sem base científica que a apoie, deve ser prolongada no tempo, ou seja, persistente por mais de 6 meses e deve ser fundada em pelo menos dois tipos de doenças graves, segundo a classificação internacional de doenças.
Também se configura hipocondria “a preocupação persistente com uma deformidade ou desfiguração presumida (dismorfofobia).”
A preocupação com as doenças passa a prejudicar o dia a dia da pessoa, que começa a viver para encontrar suas doenças, sentindo os sintomas destas e desacreditando em todos os médicos e profissionais de saúde.
A hipocondria apesar de poder estar associada a outras doenças, não deve ter seu sintoma básico (o medo infundado em doenças) relacionado aos transtornos da ansiedade, síndrome do pânico, depressão e outros distúrbios ou transtornos mentais.
HIPOCONDRIA TEM CURA?
Sim, existem vários tratamentos que ajudam e até resolvem a questão, dependendo do paciente.
TRATAMENTOS
Terapias cognitivo-comportamental – uma forma de psicoterapia – e medicamentos usados no tratamento da ansiedade e depressão (como por exemplo a fluoxetina e paroxetina) são os métodos mais usados para o tratamento da hipocondria com bons resultados na contenção da preocupação, obsessão, ansiedade, etc.
O tratamento ideal vai depender do histórico do paciente e somente poderá ser recomendado por um médico ou especialista em saúde.
TRATAMENTO NATURAL
Muitos são os tratamentos naturais que podem vir ao encontro dos tratamentos farmacológicos (se prescritos pelo médico clinico-geral ou psiquiatra) ou mesmo dispensar o uso destes.
São eles as atividades que ajudam a pessoa a se auto-conhecer, a relaxar, a confiar em si etc.
Entre os tratamentos naturais, a própria psicoterapia é um método natural, mas pode-se incluir aí a yoga, a meditação, os florais de bach, até a acupuntura, tudo vai depender do aconselhamento médico ou psicológico.
Tratamentos naturais feitos a base de plantas e ervas medicinais também podem ser recomendados após consultar um fitoterapeuta competente.
É preciso buscar o que leva a pessoa a ser hipocondríaca para tentar encontrar a melhor solução para o distúrbio.
COMO SUPERAR A HIPOCONDRIA
A primeira coisa é se perguntar se realmente o medo por doenças não estaria passando dos limites, atrapalhando a vida normal da pessoa, o trabalho, a escola, a vida social.
Se sim, o segundo passo é buscar ajuda psicológica para tentar entender o que causa este medo.
As causas podem vir desde uma preocupação exagerada dos pais com relação às saúde dos filhos, assim como ter crescido com pais negligentes. Podem vir de uma vontade de chamar a atenção para ter sempre alguém por perto. A causa também pode ter base em fatores hereditários e ou vir de traumas familiares (mortes na família, convívio com doentes graves em família, etc).
Pode acontecer com qualquer um de nós e portanto a hipocondria deve ser levada a sério e tratada com todo respeito. Quem mais, quem menos, um dia na vida apresentará medo da morte ou medo de ficar doente mas, que isso não se transforme em obsessão, afinal, viver bem, é viver tranquilo.
UMA DICA IMPORTANTE
Hoje em dia a hipocondria acaba sendo de certa forma “estimulada” por conta do fácil acesso às informações na internet. É legal ter acesso a dados e até a estudos científicos, publicações médicas a respeito de tudo quanto é doença mas é preciso ter cuidado e saber filtrar tais informações. Existe até um termo usado para isso, a cibercondria. Pessoas ansiosas podem encontrar na internet sintomas do que sentem como sendo iguais aos de doenças graves como câncer, diabetes, etc. É preciso, antes de cair em pânico imaginando loucuras, consultar e confiar o diagnóstico ao médico.