A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o primeiro registro sanitário da terapia gênica com células CAR-T, que utiliza células T para o combate ao câncer.
O produto para o tratamento é o Kymriah (tisagenlecleucel), da empresa Novartis Biociências, e será utilizado para terapia avançada de câncer hematológico, que é originado nas células sanguíneas.

@National cancer institute
No tratamento, as células T do paciente, que funcionam como “soldados” do sistema imunológico, são extraídas do sangue. São modificadas geneticamente para reconhecer o câncer e, depois, destruí-lo. Elas são redesenhadas em laboratório e depois devolvidas à corrente sanguínea. Em resumo: as próprias células do paciente são “treinadas” para combater o câncer.
O Kymriah poderá ser usado em pacientes de até 25 anos de idade com Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) de células B e para pacientes adultos com Linfoma Difuso de Grandes Células B.
Esse produto já era aprovado e utilizado no EUA, Europa e Japão.
A técnica
A estratégia da CART-Cell consiste em habilitar linfócitos T, células de defesa do corpo, com receptores capazes de reconhecer o tumor. O ataque é contínuo e específico e, na maioria das vezes, basta uma única dose (veja em detalhes no infográfico abaixo).
Em estudos experimentais há mais de uma década, a terapia genética CAR-T Cell contra o câncer apresentou resultados positivos em análise de caso de dois pacientes, publicada no início de fevereiro pela revi
Os pesquisadores, entre eles Carl H. June, que está há anos na vanguarda das pesquisas sobre o tratamento, assinam a pesquisa e apontam:
“as células CAR-T permaneceram detectáveis por mais de dez anos após a infusão, com remissão sustentada em ambos os pacientes”.
O tratamento, portanto, continuou funcionando e o câncer não retornou nos dois casos estudados.
Mais uma arma necessária para atuarmos contra essa doença que mata milhares de pessoas todos os anos, em todo o mundo.