A insulina do organismo humano é responsável por várias funções vitais em nosso corpo, que mais adiante serão listadas. Quando, por algum motivo, o pâncreas não produz insulina ou nossas células resistem à ação desse poderoso hormônio, pode ocorrer, em consequência desses fatores, a diabetes, doença que, em estágio avançado pode levar à necessidade do paciente fazer uso da insulina produzida em laboratório, cuja aplicação é injetável.
Este tipo de insulina, medicamentosa e injetável, surgiu depois de tantas investigações e estudos científicos para se produzir este hormônio artificialmente, em laboratório, com o objetivo de suprir algumas necessidades do organismo humano que, com o quadro de diabetes, ficam defasadas e geram vários distúrbios, podendo inclusive causar a morte.
Estes estudos e pesquisas tiveram início no século XIX, culminando no ano de 1922 a primeira injeção de insulina em um paciente diabético de 14 anos. A partir daí, e durante décadas, só existia a opção de insulina extraída dos pâncreas de alguns animais. De lá para cá a insulina de laboratório foi passando por várias modificações e, hoje em dia, temos a insulina sintética produzida através de biotecnologia, que não é extraída de animais, um avanço, no sentido de humanidade para com os seres vivos de outras espécies.
Nos últimos 96 anos, a insulina injetável teve melhora na qualidade, nas formas de utilização e na sua eficácia. Um dos grandes desafios é criar outras alternativas de formas de uso da insulina produzida em laboratório.
Embora tenham sido feitas muitas pesquisas para isso, a insulina ainda precisa ser utilizada sob a forma injetável, através de injeções subcutâneas. Não foi possível obter, com bom resultado, a insulina via oral (comprimido) e, a insulina inalável ainda não apresenta segurança em seu uso.
Ainda estão sendo pesquisadas estas e outras formas de utilização da insulina produzida em laboratório.
Seja como for o tratamento, com ou sem uso de insulina medicamentosa, o mais importante é promover a saúde e o bem-estar do corpo, observando seus sinais, compreendendo seu funcionamento, se alimentando de forma saudável e vivendo de forma equilibrada.
Para compreender melhor a importância da insulina produzida em nosso corpo, como evitar ou tratar a diabetes, problema relacionado à função deste hormônio, serão explicados neste artigo os seguintes aspectos:
Índice
O que é a insulina em nosso corpo?
A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, uma glândula grande situada atrás do estômago.
Esse hormônio avisa as células do organismo para que absorvam a glicose, substância resultante da conversão dos carboidratos provenientes dos alimentos. A glicose é responsável por produzir calor e energia ou reserva de gordura para nosso corpo. Dessa forma, a insulina desempenha papel importante no metabolismo de lipídeos e proteínas.
Existem algumas patologias relacionadas à função da insulina no corpo, como: diabetes e a resistência à insulina, é o que será explicado a seguir.
O que é diabetes?
Quando o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina ou quando as células do corpo se tornam resistentes à ação deste hormônio, surge a diabetes. Em qualquer um desses casos, a glicose não consegue “entrar” nas células e vai se acumulando no sangue, sendo expelida pela urina.
A consequência disso é que o açúcar no sangue se eleva, enquanto as células passam “fome”.
O resultado deste distúrbio é que as células vão se deteriorando, por falta de abastecimento de glicose desencadeando a diabetes mellitus.
Pessoas acometidas pela diabetes precisam de dieta específica e/ou tratamento com medicamentos, que aumentem a produção ou que façam a reposição de insulina no organismo.
Vários fatores podem desencadear a diabetes, alguns deles são:
- Má alimentação;
- Excessos de consumo de bebida alcoólica;
- Tabagismo;
- Problemas hormonais;
- Mau funcionamento ou doenças em outros órgãos, como rins e coração;
- Problemas arteriais;
- Estresse;
- Problemas na gravidez;
- Efeitos colaterais de medicamentos fortes, como por exemplo corticóides.
- Infecções;
- Hereditariedade, entre outros
Os tipos principais de diabetes são:
- Tipo I: ocorre quando por algum fator de desequilíbrio orgânico ou doença, o pâncreas deixa de produzir insulina.
Geralmente, este tipo de diabetes é tratada com injeções de insulina e requer muito cuidado e controle.
- Tipo II resulta na incapacidade do pâncreas de produzir a insulina de forma eficiente, ou das células de responderem à ação desse hormônio para receberem a glicose (resistência à insulina).
Em boa parte dos casos, o tratamento consiste em medidas sem remédios, com dieta alimentar, controle de peso e atividade física e/ou medicamentos para aumentar a produção de insulina, sem haver a necessidade de reposição de insulina de forma injetável.
Exame de sangue para medir insulina
Para confirmar a existência da diabetes ou possível propensão de manifestar essa doença, um dos exames que é feito na pessoa é a curva de tolerância à glicose (curva glicêmica) que tem como finalidade detectar se o organismo apresenta sinais de resistência à insulina.
Este exame consiste em:
- O paciente precisa estar em jejum de água e de alimento;
- É necessário também ficar as 8 horas anteriores ao exame, sem fazer exercício físico; caso utilize alguma medicação, suspender o uso e, se fumante, ficar sem fumar, no período anterior ao exame.
- Após isso será realizado um exame de glicemia para medir os níveis de glicose basal (que é a secreção constante de insulina, é produzida como “gotas contínuas'”, liberando, dessa forma, a glicose para as células do organismo e mantendo, assim, os níveis dessa substância regulados e baixos no sangue ).
- Depois, o paciente ingerirá um líquido bem doce, que contém 75 gramas de glicose;
- Em seguida, serão coletadas novas amostras de sangue, a cada 30 ou 60 minutos, para medir os níveis de glicose.
O resultado do exame de curva glicêmica poderá apontar se o paciente é saudável, se possui resistência à insulina ou se tem diabetes.
Curva glicêmica: valores de referência
Os valores de referência para a curva glicêmica, em uma pessoa saudável, quando se administram 75 gramas de solução são:
- Em jejum: de 60 a 100 mg/dL
- 30 minutos depois: menos de 200 mg/dL
- 1 hora depois: menos de 200 mg/dL
- 2 horas depois: menos de 140 mg/dL
- 3 horas depois: menos de 120 mg/dL
Valores de referência para a curva glicêmica, em uma pessoa cujos resultados apresentam índices anormais e podem resultar nos 2 casos abaixo:
- Resistência à insulina ou pré diabetes:
Em jejum: entre 100 a 125 mg/dL
2 horas depois: entre 140 e 199 mg/dL
- Diabetes:
Em jejum: mais de 126 mg/dL
2 horas depois: mais de 200 mg/dL
Quando é necessário fazer este exame?
- Quando se suspeita da existência de diabetes, buscando confirmar o diagnóstico;
- mulheres grávidas, entre 24 e 28 semanas de gravidez, para verificar se apresentam diabetes gestacional.
- suspeita de resistência à insulina;
- pacientes que apresentam predisposição de desenvolver a diabetes, por fatores de risco tais como: hereditários ou físicos, como a obesidade ou outros.
- Pré diabetes
- Diabético tipo II
- Obesidade abdominal
- Hipertensão arterial
- Aterosclerose
- Doenças cardiovasculares
- Inflamação ou infecção sistêmica
- Problemas metabólicos e glandulares
- Doenças neurológicas degenerativas
- Casos de envelhecimento precoce
Confirmado o diagnóstico da diabetes, em qualquer destes casos, dependendo do grau desse distúrbio, o médico poderá indicar tratamento com o uso de insulina injetável.
Atualmente, existem vários tipos e marcas de insulina injetável, para o tratamento de diabetes e diferem, entre si, pelo tempo de duração que ficam ativas no corpo; que iniciam a sua ação no organismo e o contexto, no qual são mais eficientes, para o paciente.
Quem precisa fazer uso da insulina, necessita adequar esse tipo de tratamento ao seu estilo de vida e a necessidade de fazer controle da glicose.
A prescrição da dose de insulina é uma questão muito individual, que tanto médico, como paciente precisarão observar a evolução do problema e o resultado do tratamento, fazendo o controle, através da atenção às reações do organismo e dos resultados de exames específicos, já citados, anteriormente.
Entre os vários tipos de insulinas existentes, a mais moderna é a produzidas à partir de biotecnologia, com obtenção de molécula idêntica à insulina humana e não é extraída de animais, atualmente, existem várias marcas deste tipo de insulina.
Relação da insulina com a diabetes e o que é resistência à insulina
De acordo com a explicação do Dr. Drauzio Varella no vídeo abaixo, a insulina é como uma “chave” que abre a “porta” da membrana da célula, para glicose poder entrar e mantê-la ativa e saudável.
Sem a insulina, a glicose acumula e fica em excesso na corrente sanguínea, desencadeando no organismo o distúrbio da diabetes.
Dr. Drauzio Varella faz vários esclarecimentos sobre a relação da insulina com a diabetes, além de explicar o que é resistência à insulina.
Confiram:
Redução do risco de diabete ou cuidados para quem já tem esse problema
Independente de se ter ou não diabetes e fazer uso de medicação apropriada para este caso, os cuidados com o corpo são o melhor remédio e a mais eficiente medicina.
Para isso é necessário praticar hábitos saudáveis, tais como:
Uma dieta equilibrada e nutritiva e, conforme o caso, recomendação e prescrição médica.
Geralmente, se faz necessário diminuir os seguintes alimentos:
- carboidratos: pão, macarrão, batata, etc;
- açúcares: alimentos e bebidas adoçados com açúcar e consumo de doces.
Praticando exercícios físicos moderados, que ajudem a diminuir a glicose no corpo, pois, com atividades físicas, o organismo consome esta substância, lembrando que o excesso de exercício e atividades físicas muito pesadas ou intensas, também podem desregular a glicose no sangue.
Quem tem tendência a engordar, é necessário manter o peso equilibrado, pois a obesidade é uma das principais causas da resistência à insulina.
Todos estes cuidados são fundamentais para evitar ou controlar a diabetes e manter o organismo equilibrado e o corpo saudável, porém não dispensam o uso de medicação quando, assim, se fizer necessário.
Em contrapartida, não adianta fazer uso de medicações, se não houver esses cuidados, uma coisa está atrelada à outra.
Caso haja suspeita da existência de diabetes procure um médico imediatamente, para fazer exames e ter um diagnóstico e tratamento corretos.