As biópsias de pele são operações invasivas, porque os médicos cortam pequenos pedaços de tecido para exames laboratoriais, deixando os pacientes com feridas que podem levar semanas para cicatrizar.
Este é um preço que vale a pena pagar, pois permite a detecção precoce do câncer. No entanto, nos últimos anos, a pesquisa viu o número de biópsias crescer cerca de quatro vezes mais rápido do que o número de cânceres detectados, com cerca de 30 lesões benignas sendo biopsiadas para cada caso de câncer de pele encontrado.
O estudo
Pesquisadores do Stevens Institute of Technology estão desenvolvendo um dispositivo portátil de baixo custo que pode reduzir pela metade a taxa de biópsias desnecessárias e oferecer aos dermatologistas e outros médicos da linha de frente acesso fácil a diagnósticos laboratoriais de câncer.
Negar Tavassolian, diretor do Stevens Bio-Electromagnetism Laboratory disse:
Não estamos tentando nos livrar das biópsias, mas queremos fornecer aos médicos ferramentas adicionais e ajudá-los a tomar melhores decisões.
O dispositivo usa imagens de ondas milimétricas, a mesma tecnologia usada em scanners de segurança de aeroportos, para escanear a pele de um paciente.
O tecido saudável reflete os raios de ondas milimétricas de maneira diferente do tecido canceroso, portanto, teoricamente, é possível detectar tumores monitorando os contrastes nos raios refletidos pela pele.
A equipe usou essa tecnologia para examinar 71 pacientes durante visitas clínicas e conseguiu identificar com precisão lesões benignas e malignas em segundos.
Especificamente, eles foram capazes de identificar tecido canceroso com sensibilidade de 97% e especificidade de 98%, uma taxa competitiva mesmo com as melhores ferramentas de diagnóstico de nível hospitalar.
Existem outras tecnologias avançadas de imagem que podem detectar câncer de pele, mas são máquinas grandes e caras que não estão disponíveis na clínica. Essa nova ferramenta, por outro lado, é de baixo custo, pequena e fácil de usar.
Fonte: Nature